quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Politica/Escolha de Marta Suplicy para Cultura surpreende cena pernambucana

O anúncio da senadora Marta Suplicy (PT/SP) como a nova ministra de Cultura provocou surpresa entre artistas e produtores da cena cultural pernambucana. A reação pode ter sido causada, talvez, pelo fato de Marta não ter uma atuação forte na área cultural, pelo menos que tenha lhe dado notoriedade nacional. A senadora, que já foi ministra do Turismo e prefeita de São Paulo, tornou-se conhecida por defender ações em prol da saúde da mulher e contra o preconceito aos gays. Outra opinião em comum entre os representantes da cena pernambucana entrevistados pelo NE10 é que a atual ministra da Cultura, Ana de Hollanda, realizou uma péssima gestão e a sua saída foi merecida. O produtor cultural Jamerson de Lima, do Coquetel Molotov, espera que a nova ministra Marta Suplicy consiga avançar em projetos do Minc que estão "parados". "Espero que ela consiga avançar naquilo que ficou parado desde a gestão de Gilberto Gil. Nesses dois anos em que Ana de Hollanda esteve à frente da pasta, praticamente nada foi feito. As discussões sobre a Lei Rouanet (que institui políticas públicas para a cultura nacional) não avançaram, sem falar nos projetos que foram extintos como a Feira Música Brasil. O evento teve três edições de sucesso, duas no Recife (2008 e 2009) e uma em Belo Horizonte (2010). Era um dos poucos eventos voltados exclusivamente para o setor artístico musical", disse Jamerson de Lima. A pianista Ana Lúcia Altino, idealizadora do Virtuosi, também gostaria que Marta voltasse a discutir a Lei Rouanet, principalmente em relação às desigualdades de favorecimento entre o Nordeste/Norte e Sudeste/Sul. "Em relação à nova ministra, antes de opinar, prefiro conhecer um pouco mais do seu trabalho. São Paulo possui uma intensa produção cultural. Vou procurar saber o que os artistas de lá acharam da sua gestão. Pelo menos não lembro de grandes críticas da classe durante o seu governo. Ela é uma mulher inteligente, espero que faça o melhor como ministra, mas é impossível prever o seu trabalho", afirmou a pianista. Para a cineasta Luci Alcântara, "foi uma surpresa saber que Marta foi convidada para ser ministra. Não conheço o seu trabalho em prol da cultura. Realmente, não a imaginava como ministra. Porém, não quero ser preconceituosa e prefiro aguardar a sua atuação. Acredito que um ministro deve saber ouvir e compreender as demandas e as necessidades da classe que defende. Espero que a nova ministra cumpra com os programas e editais do Minc, respeite os prazos e crie novas políticas públicas de incentivo. As ações devem contemplar todas as classes e regiões do Brasil", disse. O jornalista, ator e pesquisador da área de teatro, Leidson Ferraz, também preferiu não opinar sobre a futura gestão de Marta. "Uma coisa é certa, Ana de Hollanda foi um desastre. Ela cortou do orçamento importantes projetos nas áreas de teatro e dança. Foi um diálogo muito difícil com a classe. Prêmios importantes de incentivo aos artistas também foram esquecidos. Mesmo sem conhecer o seu trabalho na área cultural, espero que Marta consiga ser bem melhor do que Ana de Hollanda", afirmou Ferraz. O convite à senadora Marta Suplicy para assumir a pasta foi divulgado pelo Palácio do Planalto na tarde desta terça-feira (11), após a confirmação da saída de Ana de Hollanda do ministério. A posse será realizada na próxima quinta-feira (13), em Brasília.

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