quinta-feira, 19 de abril de 2012

Política

Colunista: João Ernesto 19/04/2012 às 20:25 hs Governo do Rio desconhece número de contratos com a Delta RIO - O secretário da Casa Civil do Rio, Régis Fichtner, reconheceu nesta quinta-feira, 19, não saber quantos são os contratos celebrados entre o Estado e a Delta Construções, acusada de envolvimento com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e investigada pela Polícia Federal. 'Devem ser muitos', afirmou Fichtner, que preside a comissão que vai examinar as licitações que resultaram na contratação da empreiteira, beneficiada, só no Rio de Janeiro, com obras avaliadas em R$ 1,49 bilhão desde o início do governo Sérgio Cabral Filho (PMDB). Um decreto de Cabral, publicado nesta quinta no Diário Oficial, incluiu a empresa como objeto de investigação de uma comissão criada há semanas para apurar relações da administração pública com fornecedores flagrados pelo programa Fantástico em gravações , combinando superfaturamento, no hospital da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 'Não vamos fazer auditoria em cada contrato (com a Delta)', explicou Fichtner. 'Vamos ver se há algum indício de irregularidade e, onde houver, vamos aprofundar (a investigação).' O secretário afirmou não saber se a Delta é a empresa com mais contratos com o Rio e reconheceu que a Auditoria-Geral do Estado já está com seus técnicos empenhados nas investigações das denúncias contra as empresas que atuavam na UFRJ e mantêm contratos com o Estado, o que pode sobrecarregar ainda mais a equipe. Além de Fichtner, formam a comissão o subprocurador-geral do Estado, Leonardo Espíndola; o subsecretário-geral de Planejamento e Gestão, Francisco Caldas; e o auditor-geral do Estado, Eugênio Machado. A comissão não tem prazo para encerrar seu trabalho. Fichtner explicou que, primeiro, notificará a Delta para que se manifeste sobre a gravação exibida no Jornal Nacional, da Rede Globo, na qual seu controlador, Fernando Cavendish, falou em compra de políticos. Depois, os processos licitatórios que resultaram na contratação da empreiteira pelo Estado serão examinados pela comissão, com apoio dos auditores do Estado. Por fim, se forem encontradas irregularidades, a Delta poderá ter sua inidoneidade declarada pelo Estado, e serão abertas sindicâncias para apurar as irregularidades. 'Uma das posições (do governo) poderá ser impedir, desde já, contratações futuras da Delta pelo Estado', declarou. Segundo o secretário, o tempo das apurações dependerá do número de contratos a ser examinado. Para Fichtner, não há 'nenhum' constrangimento em investigar uma empresa como a Delta, controlada por um amigo de Cabral - a amizade do governador com Cavendish é pública no Rio de Janeiro. Em junho de 201, o governador estava na Bahia para o aniversário do empresário, quando um acidente de helicóptero matou sete pessoas, inclusive a mulher de Cavendish, Jordana. 'A investigação foi uma determinação do governador', disse. 'A administração do Estado não tem nada a ver com as relações pessoais de A, B ou C. Se houver algum problema, as providências serão tomadas, independentemente de quem quer que seja.' Cesar Maia. O ex-prefeito Cesar Maia (DEM) afirmou nesta quinta que a Delta entrou nas licitações durante seu governo (oito anos anteriores à atual gestão, de Eduardo Paes, do PMDB) oferecendo preços que os concorrentes consideravam inviáveis, por serem muito abaixo do mercado. 'Mas sempre entregou as obras a tempo e com o preço contratado', afirmou. Levantamento feito pela assessoria da vereadora Andreia Gouvêa Vieira (PSDB) apurou que, de 2002 a 2008, a prefeitura carioca contratou, em valores nominais, R$ 331.059.602,42 em obras e serviços da Delta. De 2009 a 2011, já na gestão Paes, a empreiteira ganhou contratos avaliados (cifras não atualizadas pela inflação) em R$ 325.534.422,51. 'Segundo o mercado (os preços oferecidos pela Delta) estavam abaixo (do que seria viável comercialmente)', afirmou Maia. 'Mas quem ganhava com isso era a cidade que tinha mais dinheiro para investir.' O ex-prefeito afirmou que não conhece, nem nunca conversou, com Cavendish, e lembrou um problema em que a Delta se envolveu, durante seu governo. 'Houve a um conflito com a empresa no Engenhão, onde teve que ceder uma parte da cobertura a OAS e Odebretch por questionamento técnico. Ela reagiu e saiu reclamando, mas a questão era de uma tecnologia que não dominava segundo os técnicos', afirmou. Dirigente do PSDB critica Serra: 'O senhor esmaga o partido' Estadão.com.br A entrada tardia do ex-governador José Serra na disputa interna do PSDB pela Prefeitura de São Paulo provocou um racha entre dirigentes da legenda e levou o presidente do diretório da sigla Ermelino Matarazzo, na zona leste, a criticar pessoalmente o tucano. 'O senhor, com toda a sua força, esmaga o partido', disse Valdemiro Junior a Serra em uma reunião na quarta-feira, 28. O vídeo começou a circular no dia seguinte no YouTube. O encontro foi promovido pelo ex-pré-candidato do partido, Bruno Covas - que abriu mão de disputar a indicação do partido para apoiar Serra. O objetivo era pedir o apoio dos militantes ao ex-governador. Valdemiro é partidário de Covas, mas ficou irritado com a desistência e com o adiamento das prévias. 'Não é uma sensação agradável estar aqui na sua frente. Não foi nada facil se movimentar dentro do partido e nas ruas levantando uma bandeira que estava meio pesada - a bandeira do nosso partido', disse Valdemiro. Serra, que até então sorria discretamente, ficou sério. Segundos depois, desviou a atenção do dirigente e passou a usar o telefone celular. 'O senhor teve muitas oportunidades de fortalecer o nosso partido e fazer a nossa juventude ser forte, fazer o nosso militante ser guerreiro e combativo. Infelizmente, o senhor não fez a lição de casa. Fica difícil hoje, depois de tudo o que aconteceu, a gente se preparar para um domingo de votação para eleger a pessoa que a gente queria, e o senhor com toda a sua força esmaga o nosso partido', afirmou. Valdemiro foi aplaudido após o discurso. Bruno Covas bateu palmas 14 vezes, e parou. Serra ficou imóvel. O evento continuou em seguida. 'Ele é um grande líder, mas desrespeitou o tempo do partido', disse o dirigente ao estadão.com.br. 'A decepção que eu expressei é verdadeira.' Aécio diz que candidatura de Serra é 'gesto de grandeza' Bruno Siffredi, estadão.com.br O senador mineiro afirmou, em entrevista realizada nesta quinta-feira, 1º, que a decisão de José Serra de disputar as prévias do partido na capital paulista 'vem na direção das expectativas que o PSDB' e destacou importância da eleição para o cenário nacional. 'A candidatura do companheiro José Serra é um gesto de desprendimento, é um gesto de grandeza política, e vem na direção das expectativas que o PSDB tinha', disse o tucano, entrevistado pela Rádio Itatiaia. Aécio reconheceu que a importância da disputa paulistana extrapola os limites da política regional e se mostrou favorável ao discurso adotado por Serra em sua primeira coletiva como pré-candidato, na quarta-feira, 29. 'A eleição em São Paulo é uma eleição de repercussão nacional. Obviamente, ali serão debatidos temas de interesse nacional, e como o próprio Serra tem dito: estarão ali em confronto dois modelos, duas visões distintas de país', observou Aécio. O senador mineiro indicou que pretende ajudar os candidatos tucanos no seu Estado e em outras regiões do País . 'Estarei a disposição dos meus companheiros em Minas, em primeiro lugar, mas também nas outras capitais, nas outras principais cidades do País, para que nós possamos, vencendo as eleições, construir um projeto alternativo de poder a esse que aí está.' Apontado pelo ex-presidente Fernando Herinque Cardoso como candidatos ?óbvio? do PSDB à Presidência em 2014, Aécio revelou que pretende iniciar no final deste mês uma série de viagens pelo País para fomentar 'discussões profundas sobre os problemas do Brasil'.

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